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Arquitetos: Eskew+Dumez+Ripple
- Área: 3700 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Neil Alexander, Sara Essex Bradley
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Fabricantes: Cosentino, Armstrong Ceilings, 1st Dibbs, Advantage Lumber, Amerimix, Andreu World, Article Furniture, Assa Abloy, Avenue Lighting, Benjamin Moore, Berco, Bernhardt, Birdview Skylights, Blu Dot, CB2, Caesarstone, Camira, Chicago Faucets, Circa Lighting, Crossville, +66
The Shop é um extenso espaço de co-working implantado no terceiro e quarto pavimentos do Centro de Arte Contemporânea (CAC) de New Orleans, uma das instituições culturais mais importantes da maior cidade da Louisiana. Voltado especialmente à pequenas empresas de tecnologia, artes e companhias culturais, o The Shop funciona como um novo centro de empreendedorismo no corredor de desenvolvimento cultural do centro da cidade.
O histórico edifício de 1920, originalmente utilizado como armazém, já abrigou a sede da farmácia local K&B, além de outras empresas menores até meados da década de 70, quando a CAC adquiriu definitivamente o edifício para transformá-lo em centro cultural. Infelizmente, os dois últimos pavimentos do Centro de Arte Contemporânea estiveram negligenciados por muito tempo, e somente agora, depois de mais de quarenta anos, o The Shop surge como a primeira reforma em grande escala para dar vida nova ao CAC e ao centro de New Orleans.
O projeto conta com mais de 3700 metros quadrados de espaço de co-working voltado para um grupo bastante diversificado de profissionais que trabalham em uma ampla gama de indústrias culturais. O espaço de trabalho inclui 69 escritórios completamente mobiliados, sete salas de reuniões totalmente equipadas além de outros 1400 metros quadrados de espaços de ócio-criativo espalhados pelos dois pavimentos além de um terraço na cobertura.
Ambos pavimentos se conectam através de uma escada escultural aberta além de seus amplos espaços de lazer inter-conectados. A reforma respeita e mantém as principais qualidades do projeto original de arquitetura do tradicional Warehouse District de New Orleans, incorporando uma modernização necessária e reveladora. Este espaço repleto de luz apresenta pés direitos generosos e vigas aparentes, grandes janelas, uma coleção de arte contemporânea invejável e uma planta livre e flexível.
O coração do projeto é uma grande área de convívio, concebida como um espaço de encontro e equipada uma cozinha completa, praça de alimentação e um café. O The Shop oferece às pequenas empresas, empreendedores e artistas locais todos os recursos necessários para seu crescimento. Peças de mobiliário vintage foram adquiridas de uma variedade de fornecedores para criar um ambiente agradável e acolhedor, como uma grande sala de estar. Inspirado pela própria história do CAC, o projeto pretende aproximar seus usuários à comunidade local, incentivando artistas locais a participar e intervir no espaço do Centro Cultural.
Pequenas cabines foram incorporadas para proporcionar espaços de encontro e pequenas reuniões em meio ao espaço de trabalho, algumas possuem bancadas, enquanto outras contam apenas com poltronas. Luminárias decorativas e papeis de parede foram utilizados para criar uma atmosfera mais íntima e acolhedora. Mesas de luz e bancadas de trabalho foram pensadas para facilitar o trabalho de um grupo cada dia mais heterogêneo de usuários. Por isso, tudo é muito diverso dentro do The Shop, desde os itens de mobiliário ao vários tamanhos das salas de trabalho. Aberturas entre os escritórios permitem que a luz do dia flua livremente pelos diferentes espaços, proporcionando uma sensação de continuidade, mas sem abrir mão da privacidade e da segurança. As paredes de tijolo existentes foram deixadas expostas para potencializar a atmosfera industrial do projeto original. As janelas ao longo das fachadas sul e oeste foram substituídas enquanto que aquelas das fachadas norte e leste foram mantidas em seu local e estado original. Todas as instalações, dutos e conduítes foram deixados aparentes para celebrar a incrível estrutura do antigo armazém.
O projeto da escada incorpora elementos artesanais feitos à mão, transformando-a em um objeto de arte em si. Sua base é uma plataforma de concreto aparente que também pode ser utilizada como bancada de trabalho ou até um palco improvisado. A escada se transforma livremente, passando de um elemento funcional de conexão à uma superfície de trabalho no 3º pavimento, voltando a assumir a forma de escada e então incorporando um painel que vai até o forro do último pavimento, onde também se desdobra em forma de banco.
Esta sucessiva adaptação de seus elementos construtivos também foi incorporada na abordagem do projeto em forma de design sustentável. As janelas no lado sul e oeste do Centro de Artes Contemporâneas foram substituídas por vidro Low-E para reduzir o ganho de calor e garantir a estanqueidade do edifício. O projeto de iluminação foi todo desenvolvido utilizando luminárias LED, reduzindo o consumo de energia em mais de 80% além de proporcionar uma durabilidade 25% maior quando comparadas aos sistemas convencionais de iluminação. Sensores de movimento foram instalados em todos os espaços, garantindo uma maior eficiência do sistema. Aberturas zenitais foram substituídas para garantir um maior isolamento térmico sem comprometer a iluminação natural dos espaços internos. Um novo forro reflexivo foi instalado para melhorar a iluminação dos espaços internos além de garantir um melhor isolamento nos meses mais quentes do verão.